Baixar Podcast

Investir em uma franquia é uma decisão importante que você deve pesquisar com cuidado. Mesmo depois de ter feito a devida diligência e reduzido suas opções, é importante conhecer as pessoas que administram a franquia que você está considerando e descobrir os pontos mais delicados do negócio. Na indústria, isso é chamado de "processo de descoberta".

Os franqueadores maiores têm processos estruturados em várias etapas que normalmente começam com um telefonema, incluem várias apresentações e terminam com uma ida à sede corporativa para um "dia de descoberta" (ou virtual devido ao Covid-19). Com marcas menores, pode ser um processo menos estruturado, onde você pode começar com um telefonema com o CEO ou fundador. De qualquer forma, você terá a oportunidade de fazer algumas perguntas pontuais para determinar se a franquia é adequada. Aqui, delineei 10 perguntas para fazer a um franqueador. 

1. Quem é o seu candidato ideal?

Ouça atentamente o que um franqueador tem a dizer sobre um candidato ideal. Parece com você? Um bom franqueador examinará você ao mesmo tempo que você os examina. Se você não se encaixa bem, é muito melhor descobrir antes de assinar o contrato de franquia.

2. Qual é o investimento inicial necessário?

O investimento exigido na abertura de uma franquia pode variar bastante, e cabe a você questionar o franqueador sobre todos os custos envolvidos. Qualquer gasto adicional pode impactar no retorno do investimento ou inviabilizar a instalação do negócio. Portanto, é crucial ter uma previsão bem realista do valor necessário para iniciar o empreendimento.

Veja o que costuma estar incluído na compra de uma franquia:

• taxa de franquia: valor pago à empresa franqueadora para quem quer se tornar franqueado;
• direito de uso da marca: incluso na taxa de franquia, dá o direito de comercializar em nome da rede;
• obra civil: os gastos com reforma do ponto comercial podem estar inclusos no investimento inicial;
• mobiliário, equipamentos e acessórios: recursos necessários para adequar a loja física ao projeto arquitetônico padrão da franquia;
• estoque inicial e matéria-prima: recursos mínimos para começar os trabalhos;
• capital de giro: necessário para manter a franquia nos primeiros meses de operação. Cada rede já tem esse valor estimado;
• marketing de inauguração: custos envolvidos na divulgação da nova loja;
• sistema de gestão: valor para obtenção da licença do software utilizado pela franqueadora.

3. O que é preciso para ter sucesso como franqueado?

Embora todos os franqueadores o treinem e forneçam um sistema a ser seguido, alguns exigem um conjunto de habilidades específicas. Se o franqueador lhe disser que você precisará se conectar e construir relacionamentos em sua comunidade, isso significa que você terá que gastar tempo se conectando com pessoas em grupos de redes locais para construir uma clientela. Isso também significa que algumas habilidades de vendas são necessárias. Não para você? Então talvez seja hora de seguir em frente. Se o franqueador disser que você deve ter habilidades de construção de equipe, leve isso a sério. Se você prefere trabalhar sozinho ou não gosta de delegar, deve procurar em outro lugar. 

4. Quais são o faturamento médio e a margem de lucro?

Essas perguntas sobre franquias são bastante frequentes, afinal, permitem saber se o negócio escolhido atenderá às expectativas do potencial franqueado. Não deixe de conversar com o franqueador, pois partindo de dados de faturamento médio mensal e margem de lucro líquido é possível avaliar a rentabilidade da franquia.

5. Qual é a sua taxa de falha? Quantos locais fecharam e por quê?

Mesmo as melhores marcas de franquia fecharam locais por um motivo ou outro. Em alguns casos, a culpa é do franqueado. Talvez eles não tivessem o conjunto de habilidades adequado ou seguissem o sistema. Em outros casos, a culpa é do franqueador. Pode ser um modelo de negócios ruim ou treinamento insuficiente. Ninguém entra no negócio para fracassar, por isso é importante examinar os fracassos de uma marca, não importa quem foi o culpado. 

6. Em quanto tempo é recuperado o investimento?

Esse prazo depende de vários fatores, inclusive da rede escolhida. É possível que o negócio leve algum tempo para começar a dar lucro e gerar retorno de investimento. Para não ter surpresas, não deixe de se informar com a franqueadora responsável (que provavelmente terá esse estudo pronto) e de manter seu capital de giro equilibrado. Normalmente, a média que se leva pra ter o cashback de uma franquia de baixo a médio investimento é de 18 a 24 meses, e para franquias de maiores investimentos, um prazo considerável é de 36 meses.

7. Terei um território protegido?

O território de um franqueado é a área em que a franquia pode operar. Os territórios variam de acordo com a marca e a base de clientes. Alguns, como franquias de atendimento a idosos, podem determinar um território com base na população idosa da área. Outros, como academias e franquias de alimentação, podem definir um local com base em um raio fixo. De qualquer forma, você deve perguntar se seu território está protegido, o que significa que o franqueador não concederá nenhum outro local dentro do seu território. Sugiro também perguntar sobre a possibilidade de renegociar isso no futuro. Se o seu contrato terminar em 10 anos, por exemplo, o território pode mudar?

8. Quais são os suportes que a franqueadora vai oferecer?

Treinamentos, manuais, visitas de consultores, enfim, qual a estrutura que a franqueadora tem para atender as demandas da rede?

9. Qual é a duração desse tipo de contrato?

O período do contrato considera o tempo que o empreendedor necessita para obter retorno sobre o capital investido. Portanto, se o payback foi calculado em 24 meses, por exemplo, o ideal é que o contrato tenha no mínimo cinco anos — prazo suficiente para que o franqueado pague o investimento e comece a ganhar dinheiro com o negócio.

Muitas pessoas não sabem, mas a renovação do contrato pode envolver custos. Vale se informar com antecedência, pois há redes que cobram todas as taxas de abertura novamente. Algumas empresas, no entanto, dão descontos no processo ou não cobram nada pela renovação.

10. Quais são os gastos após a compra da franquia?

Nem tudo está previsto no investimento inicial definido pelas franqueadoras. É por isso que os gastos gerados após a compra da unidade também aparecem entre as principais perguntas sobre franquias. Se você pretende seguir com a ideia, deve ter conhecimento dos valores para não ser surpreendido no momento em que estiver operando.

Veja abaixo os gastos gerados após a aquisição de uma franquia:

• pró-labore: algumas marcas definem um salário para o dono da rede;
• royalties: é importante conferir se o valor mensal de royalties está dentro da média paga para o segmento escolhido;
• marketing local: além do marketing obrigatório cobrado pelas franqueadoras, o franqueado também precisa custear seu marketing local;
• renovação: como dito, algumas redes cobram taxas para a renovação do contrato;
• manutenção: muitos maquinários e equipamentos demandam manutenção periódica, e esta deverá ser feita por meio de serviços especializados;
• reforma: de tempos em tempos, é necessário renovar a estrutura interna e externa da loja para manter os clientes satisfeitos;
• transporte: dependendo do negócio, o franqueado precisará retirar as mercadorias (matéria-prima e produtos) com seus fornecedores, o que poderá gerar despesas com transporte.

 

Witer DeSiqueira & Pessoni an International Law Corporation

Dra. Mara Pessoni

OAB-GO 61.550

 

Colaboração: https://www.forbes.com/

http://casadopaodequeijo.com.br/franquias

https://www.portaldofranchising.com.br/

 

OBS.: O propósito deste artigo é informar as pessoas sobre imigração americana, jamais deverá ser considerado uma consultoria jurídica, cada caso tem suas nuances e maneiras diferentes de resolução. Esta matéria poderá ser considerada um anúncio pelas regras de conduta profissional do Estado da Califórnia e Nova York. Portanto, ao leitor é livre a decisão de consultar com um advogado local de imigração