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Alguns republicanos defendem mais vistos, apesar da linha dura sobre imigração

Enquanto Trump adota discurso rígido, alguns republicanos defendem ampliação de vistos para setores como agricultura e turismo

Mesmo com a administração Trump mantendo uma postura dura na aplicação das leis de imigração, alguns parlamentares republicanos reconhecem a necessidade de expandir as oportunidades para trabalhadores estrangeiros em setores específicos, como a agricultura, o turismo e o entretenimento itinerante.

Setores que dependem fortemente de trabalhadores temporários como a agricultura, a hotelaria e eventos sazonais têm pressionado o Congresso por mais flexibilidade para contratar imigrantes legalmente, diante da escassez de mão de obra.

Essa preocupação ficou clara no mês passado, durante a análise do projeto de lei de gastos do Departamento de Segurança Interna para o ano fiscal de 2026, na Comissão de Apropriações da Câmara. Nessa ocasião, os republicanos aprovaram, por votação simbólica, uma emenda conjunta que amplia as oportunidades para empregadores contratarem trabalhadores temporários estrangeiros, com foco nos setores agrícola, turístico e circense.

A emenda foi proposta pelo deputado Andy Harris (R-Md.) e contou com apoio bipartidário dos deputados Dan Newhouse (R-Wash.), Chuck Edwards (R-N.C.) e Henry Cuellar (D-Texas).

O presidente do Subcomitê de Apropriações de Segurança Interna, Mark Amodei (R-Nev.), reconheceu a importância da contratação de imigrantes como parte da reforma migratória.

“Seria incrível se esta administração liderasse uma reforma migratória. Ninguém aqui está fechado aos fatos. Vamos ter uma conversa baseada em dados seja sobre agricultura, hotelaria, construção civil, o que for”, afirmou Amodei.

O senador Rick Scott (R-Fla.), membro do Comitê de Segurança Interna e Assuntos Governamentais do Senado, também destacou a importância de considerar esses trabalhadores na reforma:

“O governo federal dificultou muito para que agricultores contratem mão de obra seja pelos salários exigidos ou pelas regras de moradia”, disse. “Vamos começar arrumando os programas que já existem.”

Scott afirmou que ainda não há prioridade para isso no Congresso, mas torce para que ocorra no futuro.

Amodei também comentou que o governo Trump havia suspendido temporariamente batidas migratórias em setores como agricultura e hotelaria, mas essa decisão foi revertida após críticas da ala conservadora do partido.

“O mais frustrante sobre a reforma migratória é que as peças já estão aí. Você não precisa cometer suicídio político para juntá-las.”

O que prevê a nova emenda aprovada:

  • Isenção do limite anual de vistos H-2B (trabalhadores não agrícolas temporários) para determinados empregadores;
  • Expansão da duração do visto H-2A (trabalhadores agrícolas temporários) para até 12 meses;
  • Criação de um novo visto “P” para contratação de estrangeiros em atividades de entretenimento itinerante, como circos e parques de diversão.

Amodei afirmou que a aprovação dessa emenda abriu espaço para conversas sobre garantir mão de obra suficiente para setores como agricultura, turismo e entretenimento móvel.

Segundo ele, o deputado Harris está em diálogo com o presidente do Comitê Judiciário da Câmara, Jim Jordan (R-Ohio), para definir se as mudanças nos vistos devem ser autorizadas pelo Comitê de Apropriações ou pelo Comitê Judiciário. Amodei criticou a falta de liderança do Comitê Judiciário no tema:

“Tenho respeito total por eles. Mas responder ao problema apenas com ‘não’ não ajuda. Se o seu plano é melhor, apresente. É assim que o processo legislativo funciona.”

“Segurança primeiro, depois reforma”

Alguns republicanos e especialistas conservadores afirmam que só aceitam ampliar vistos como parte de uma reforma maior, que também envolva intensificação das deportações.

Ken Cuccinelli, ex-integrante do Departamento de Segurança Interna na gestão Trump e hoje membro do Centro para a Renovação da América, disse:

“Primeiro é preciso garantir um sistema eficiente e em larga escala de deportações. A segurança vem primeiro, e depois a reforma. Mas uma reforma voltada ao emprego, com o fim da migração em cadeia e da loteria de diversidade, já seria um avanço.”

O deputado Michael Guest (R-Miss.), presidente do Subcomitê de Segurança de Fronteiras e Execução, disse que há interesse em ampliar os vistos H-2A e H-2B, mas sem abrir caminho para a cidadania:

“Qualquer tipo de caminho para a cidadania não seria bem-visto por muitos republicanos. Mas permitir que pessoas bem verificadas venham trabalhar legalmente em setores essenciais, como a agricultura, pode ter apoio bipartidário.”

Dados sobre os vistos

Entre os anos fiscais de 2018 e 2023, o número de vagas e vistos H-2A aprovados cresceu mais de 50%, com quase 310 mil vistos emitidos apenas em 2023, segundo o Government Accountability Office.

David J. Bier, diretor de estudos migratórios do Cato Institute, afirmou que expandir os limites de vistos ou garantir sua emissão ao fim do processo é uma prioridade para as empresas:

“Hoje, a maior incerteza no H-2B é que você pode passar por todo o processo e, no fim, não conseguir nada porque o limite anual já foi atingido.”

Bier também alertou para a instabilidade nas regras dos vistos H-2A, como as alterações frequentes durante o governo Biden, que preocupam os empregadores.

Segundo ele, trabalhadores estrangeiros representam entre 15% e 20% da força de trabalho agrícola. Para o H-2A, o maior avanço seria permitir que o visto valesse para o ano todo; para o H-2B, seria aumentar o teto de emissões.

Contudo, Bier avalia que o lobby dos empregadores é limitado:

“Há muita divisão interna no Partido Republicano sobre o tema. Muitos apoiam a contratação de estrangeiros com visto, mas outros acham que só se deve contratar americanos. E essa é mais ou menos a visão da Casa Branca atualmente.”

Cautela e oposição

Diversos republicanos continuam receosos quanto à ampliação de vistos legais, mesmo para setores com falta de mão de obra.

O senador Josh Hawley (R-Mo.) foi direto ao ser questionado sobre a ideia:

“Não, nada me vem à cabeça. Queremos incentivar os empregadores a contratar mais americanos e pagar salários melhores”, disse.
Ao ser perguntado sobre possíveis discussões no Congresso, ironizou:
“Talvez estejam acontecendo, mas com certeza sem a minha presença.”

O deputado Brandon Gill (R-Texas) foi ainda mais taxativo:

“Sofremos por quatro anos com fronteiras abertas. Milhões cruzaram ilegalmente, trazendo drogas, crimes e mão de obra barata que derruba os salários dos americanos. Não há apetite para ampliar isso, nem no lado legal, muito menos no ilegal.”

Neste mês, ocorreram batidas migratórias na Califórnia, em fazendas de maconha que empregavam imigrantes indocumentados. A operação resultou na prisão de mais de 360 pessoas, incluindo criminosos e 14 menores de idade.

O deputado Josh Brecheen (R-Okla.), presidente do Subcomitê de Fiscalização da Segurança Interna, disse que qualquer conversa sobre legalização deve esperar:

“Há anos falamos sobre ‘segurar a fronteira primeiro’. Então ainda é cedo para discutir caminhos legais.”

A reportagem completa foi publicada originalmente por Chris Johnson, no site Roll Call, em 28 de julho de 2025.
🔗 Acesse aqui: https://rollcall.com/2025/07/28/some-republicans-push-more-visas-despite-hard-line-on-immigration

OBS.: O propósito deste artigo é informar as pessoas sobre imigração americana, jamais deverá ser considerado uma consultoria jurídica, cada caso tem suas nuances e maneiras diferentes de resolução. Esta matéria poderá ser considerada um anúncio pelas regras de conduta profissional do Estado da Califórnia e Nova York. Portanto, ao leitor é livre a decisão de consultar com um advogado local de imigração

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Uma resposta

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