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O funcionário consular investiga um aplicante de visto para antes da entrevista?

Autora: Dra. Mara Pessoni – Advogada especialista em Imigração

É bem estabelecido que o processo de solicitação de visto para os EUA envolve uma análise e verificação prévia dos dados do solicitante, mesmo antes da entrevista com o funcionário consular.

O banco de dados consular mundial dos EUA verifica e “coleta” automaticamente todos os itens do histórico de um solicitante em todo o mundo, assim que o pedido é preenchido e enviado. Ele também mantém um registro de quaisquer atualizações que possam surgir até a própria entrevista para o visto. Todos esses dados aparecem quando o oficial abre o caso no terminal do computador durante a entrevista.

Isso geralmente dá ao agente menos de um minuto para revisar o processo; entre o momento em que ele o abre e chama você, e o tempo que você leva para chegar ao guichê. Na maioria dos casos, isso é suficiente.

Os funcionários consulares são bem treinados para identificar rapidamente informações contraditórias, pendências em registros anteriores, planos de viagem improváveis ​​e documentos fraudulentos. A maioria dos solicitantes que acredita que o funcionário não perceberá um truque que acabaram de aprender ou que foram aconselhados a usar não se dá conta de que esse funcionário provavelmente já viu golpes e absurdos idênticos centenas de vezes. E lembre-se: a resposta padrão para qualquer pedido de visto americano, por lei, é “Desculpe, mas não”, a menos que você consiga convencer facilmente o funcionário de suas intenções honestas.

Aqui estão os pontos-chave sobre essa investigação:

  • Análise do Formulário DS-160: O formulário de solicitação de visto preenchido online (DS-160) é a principal fonte de informação inicial. O oficial consular revisa este formulário com antecedência, focando em pontos cruciais como ocupação, renda, vínculos no país de origem (Brasil, no caso), histórico de viagens e histórico de solicitações de visto.
  • Acesso a Bancos de Dados: Os agentes consulares têm acesso a bancos de dados governamentais e de imigração que contêm informações sobre o solicitante, incluindo:
    • Histórico de solicitações de visto anteriores (aprovadas ou negadas).
    • Dados biográficos e pessoais.
    • Informações relacionadas às impressões digitais e foto, que podem ser usadas para verificar históricos criminais tanto nos EUA quanto no país de origem (embora a verificação mais detalhada de antecedentes criminais possa ocorrer durante ou após a entrevista, se necessário).
  • O Papel da Entrevista: A entrevista é o momento final e crucial para o oficial consular confirmar certas informações e avaliar a intenção do solicitante. Em muitos casos, a situação do aplicante já está bastante clara após a revisão prévia dos dados, e a entrevista é usada principalmente para sanar dúvidas e garantir que o solicitante comprove seus fortes vínculos com o país de origem (em conformidade com a Seção 214(b) da Lei de Imigração e Nacionalidade – INA).
  • Processamento Administrativo: Se houver necessidade de investigações mais aprofundadas por questões de segurança, inelegibilidade, ou para confirmar informações adicionais, o processo pode entrar em “processamento administrativo” após a entrevista, o que prolonga o tempo de espera para a decisão final.

Em resumo, sim, uma análise e verificação preliminar dos dados e antecedentes do aplicante são realizadas antes da entrevista, sendo o formulário DS-160 e as informações biométricas as bases para essa investigação inicial. A entrevista serve para complementar e confirmar essas informações.

É de fundamental importância contar com a orientação prévia de profissionais especializados em processos de vistos e imigração para os EUA, evitando assim, negativas indesejadas e frustrações.

OBS.: O propósito deste artigo é informar as pessoas sobre imigração americana, jamais deverá ser considerado uma consultoria jurídica, cada caso tem suas nuances e maneiras diferentes de resolução. Esta matéria poderá ser considerada um anúncio pelas regras de conduta profissional do Estado da Califórnia e Nova York. Portanto, ao leitor é livre a decisão de consultar com um advogado local de imigração

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